Algo
se move, furtivo
no meio de urbe fossilizada
tentando derrubar a ideia
já de si imobilizada
de acto punitivo.
Há uma lágrima
no rosto da ideia
e um sorriso
na ameia do castelo
do novo desconhecido.
Se levanta a ideia
se esforça o furtivo
igualitárias não são as perdas
e deficitários vão ficando os desejos.
Corre o tempo
e o mal se instala
e demora a aparecer momento
de euforia
no sentido do furtivo.
Se chora, se lamenta,
já há “gente”
que não aguenta
e outra que se abastece
na penúria
de quem falece.
E, sem se dar conta
se encarrega o tempo
de mudar a direcção
do vento
e o furtivo se abstém
e a ideia, ás gargalhadas
se mantém.
Como tal desfazer?
CARLOS SOUSA RAMOS (1956) - inédito
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