Nesse tempo, esperava
crescer para molhar o pão no vinho. Jogava à bola na grande paragem e corria
sempre, quase distraído. Não sabia ainda um nome para as coisas. Contava os
passos e prendia o amigo. Subia às árvores, derrubava ninhos e fugia. Havia
apenas o monte e esconderijos nos penedos. E a mina, escura.
Os dias passavam sem
que me lembrasse. Uma espécie de sol me protegia.
Para os meus pais.
Para os meus pais.
[MÁRIO RUI DE
OLIVEIRA (1973)]
(O Vento da Noite)
(prefácio de Eugénio
de Andrade)
(in Poemário Assírio
& Alvim 2013)