Quão
bela era a luz do céu,
Que anjos dos céus desceram
Quando a juventude era algo mais do
que vinho
E o homem e a natureza pareciam
divinos
Aqui senti, porém, que a juventude
devia perecer.
Aqui
senti, porém, que a juventude devia perecer
Quão insubstancial parecia a terra,
A terra de Aladino! em cada avanço,
Ou ali ou aqui, um novo romance;
Jamais sonhei poderem desvanecer-se.
E nada então tinha senão o seu valor,
A própria dor. Sim, prazer ainda e dor
Numa rápida reacção da vida fizeram
Uma disputa de um amante, feliz
disputa
Na juventude que não volta mais.
Mas
não voltará a juventude?
Também para o seu leite de morte ele
partiu,
E só me deixou para à noite despertar
Com um coração pesado, outrora leve?
Oh, junto à sua cabeça depositai – uma
pedra!
HERMAN
MELVILLE (1819 – 1891) - Poemas
(selecção,
tradução e introdução de Mário Avelar)