quinta-feira, 30 de abril de 2015

JOANE

Nesse tempo, esperava crescer para molhar o pão no vinho. Jogava à bola na grande paragem e corria sempre, quase distraído. Não sabia ainda um nome para as coisas. Contava os passos e prendia o amigo. Subia às árvores, derrubava ninhos e fugia. Havia apenas o monte e esconderijos nos penedos. E a mina, escura.
Os dias passavam sem que me lembrasse. Uma espécie de sol me protegia.

                                                     Para os meus pais.

[MÁRIO RUI DE OLIVEIRA (1973)]
(O Vento da Noite)
(prefácio de Eugénio de Andrade)

(in Poemário Assírio & Alvim 2013)

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