segunda-feira, 16 de março de 2015

HORIZONTE

Cresces muito sobre a incerteza do tempo,
quando todos se afastam.
Manejas perfeitamente as armas brancas e
bates, intempestivamente,
às portas negras do último homem.

És a lâmpada infinita que se ergue no horizonte.
E, sobre as tempestades,
não sei se verei o amanhecer.
Canto, preparo os bálsamos, murmuro cem vezes
uma prece,
uma magia, com as vozes que nunca esqueci.
Já não falta muito para que toques a minha fronte,
a sua febre mortal.

[JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA (1948)]
(Quatro Luas)
(in Poemário Assírio & Alvim 

Sem comentários:

Enviar um comentário