O próprio sonho me castiga. Adquiri nele tal lucidez que
vejo como real cada coisa que sonho. Eu perdi, portanto, tudo
quanto a valorizava como sonhada.
Sonho-me famoso? Sinto todo o despimento que há na
glória, toda a perda da intimidade e do anonimato com que ela
é dolorosa para connosco.
[FERNANDO PESSOA (1888 - 1935)]
(Livro do Desassossego - composto por Bernardo Soares,
ajudante de guarda- livros na cidade de Lisboa)
(edição de Richard Zenith)
(in Poemário Assírio & Alvim 2013)
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