segunda-feira, 9 de março de 2015

[NA MEIA NOITE]

Na meia noite
das cidades interiores
em ruínas,
a um golpe da tua luz,
rebentarão as velhas almas
como vulcões maduros
ou metais saturados
enfurecendo as minas.

E enquanto a lua de vinagre
revolver num vómito
as alturas,
hão-de passar como um arrepio
para logo morrerem,
estremecentes e roxas,
as unhas da volúpia
na pele das coisas puras.

[CARLOS DE OLIVEIRA (1921 - 1981)]
(Trabalho Poético)
(in Poemário Assírio & Alvim 2013)

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