DEIXARAM-ME só
no campo, sob
a chuva fina, só.
Olhavam-me mudos
admirados
os choupos desfolhados sofriam
com a minha dor: dor
de não saber claramente…
E a terra molhada
e os montes negros e altíssimos
calavam, vencidos. Era como se
a maldade de um deus
tivesse num só gesto
petrificado tudo.
E a chuva lavava aquelas pedras.
SANDO PRNNA (1906 – 1977) No Brando Rumor
da Vida (tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo)
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