TALVEZ pesadas montanhas atravesse
por duros veios, sozinho com um mineral;
estou a tal profundidade, que não há fim que ver
pudesse
nem distância: a proximidade é tudo o que acontece
e toda a proximidade é pedra, afinal.
Não sou ainda entendido em sofrimento,
por isso esta grande escuridão me empequenece;
mas se fores Tu: torna-te pesado, aparece:
que a tua inteira mão em mim tenha cumprimento
e eu em ti com o meu relicário sedento.
RAINER MARIA RILKE (1975 – 1926) – O Livro
de horas (tradução e apresentação de Maria Teresa dias Furtado)
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