quinta-feira, 19 de abril de 2012

CANTO XX

Tímido soar, quasi tinnula,
Ligur’aoide: <<Si no’us vei, Domna don plus mi cal,
Negus vezer mon bel pensar no val.>>
No meio do florir                  
de duas amendoeiras,
A viola ligada num ilharga;
E outro: <<s’adora>>.
<<Possum ego naturae
non meminisse tuae!>>  Qui son Properzio el Ovídio.

Ramos não são mais viçosos
onde os rebentos da amêndoa
bebem seu vendor de Março.
E naquele ano fui a Freiburg,
E Rennert havia dito: <<Ninguém, não, ninguém
Sabe algo sobre provençal, ou, se existe alguém,
É o velho Lévy.>>
E assim fui para Freiburg,
E as férias estavam começando,
Os estudantes saindo para o verão,
Freiburg im Breisgau,
E tudo limpo, parecendo limpo, depois da Itália.

[…]
EZRA POUND (1885 – 1972) - Os Cantos (tradução e introdução de José Lino Grunewald)

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