Sem passares pelos líquidos
sais do teu sólido
e corres directamente,
saindo de coma do solo.
Não desces àquela cave
onde estão os oceanos
e os juramentos líquidos.
Irrompes pela atmosfera
volátil e etilizado
como um espelho
a aproximar-se do sol
Sem a secura dos líquidos
que secam pela viveza
como que entram e com que saem
e conferem um outro estado
gasoso, mas não sublime,
tu passas, vivo, e rápido,
embora sobre, vidente, com
um fio de droga apurado
no teu sangue voador.
LUIZA NETO JORGE (1939 – 1989) – Poesia
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