Tantos animais nos seus bebedouros
Tanto líquido.
E gente a programar fins-de-semana
Encontros
Crimes.
Manadas de animais
Dóceis
A brilhar ao sol morno da área de serviço.
Estimáveis animais
No início de Novembro a beber
Algarismos.
Há quem apalpe os seus membros
Ou interrogue os órgãos.
Eles trazem no seu dorso o peso do humano
Nas narinas o cheiro a alcatrão
E o gemido do peito
Obedece à loucura móvel da vida
Ensanguentada.
Ó animais polidos, as vossas peles magníficas
Encobrem a paisagem frágil
Das roseiras e silvas.
Parados
Sobre o húmus oculto sobre a relva de outrora
Transportais as criaturas ígneas
E também a ferrugem.
ARMANDO SILVA CARVALHO (1938) – O Amante Japonês
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