sexta-feira, 7 de setembro de 2012

MADRIGAL



Aquela enorme frieza
Não entristeça ninguém…
Ela estende o seu desdém
À sua própria beleza:

Quando, solta do vestido,
Sai da frescura do banho,
O seu cabelo castanho,
Esse cabelo comprido,

(Que frio, que desconsolo!)
Deixa ficar-se pendente,
Em vez de, feito serpente,
Ir enroscar-se-lhe ao colo!

CAMILO PESSANHA (1867 – 1926) – Clepsydra
(posfácio e fixação do texto de António Barahona)

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