Aquela enorme frieza
Não entristeça ninguém…
Ela estende o seu desdém
À sua própria beleza:
Quando, solta do vestido,
Sai da frescura do banho,
O seu cabelo castanho,
Esse cabelo comprido,
(Que frio, que desconsolo!)
Deixa ficar-se pendente,
Em vez de, feito serpente,
Ir enroscar-se-lhe ao colo!
CAMILO PESSANHA (1867 – 1926) – Clepsydra
(posfácio e fixação do texto de António Barahona)
Sem comentários:
Enviar um comentário