Dia
de festa, existir simplesmente
ter
confiança em tudo, ó mundo minha mãe,
lareira
prometida nunca alumiada
e
tantos gestos empilhados e tijolos
E
sobre tudo o resto o vão bocejo e não valer a pena
Ser
erva entre o milho e verde vítima do vento
ceifar-nos
rente algum olhar de esquecimento
A
morte ainda é uma forma eficaz de adormecer
e
a virtude é o caminho para quem
não
tem outro remédio nesta vida
Mulher
como melhor morrer nascer cantar
Itália
onde tombar como em qualquer lugar
chorar
o mínimo cadáver que passar
e
não desperdiçar os dedos pelas coisas
Fazer
de um jardim quanta vida se quer
ser
o maior dos responsáveis por
-
eis algumas vantagens de propriedade horizontal
RUY BELO (1933 – 1978) Todos os Poemas
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