sábado, 24 de janeiro de 2015

ARROGÂNCIA

Ignoradas setecentas
comeram-lhes a carne flagelada
os seus restos
atiraram para a câmara gelada
o ar,
sempre a correr entre afazeres
que ficou conspurcado com dizeres,
trás o ignóbil
que não sendo prémio Nobel
verborreia ementas
sobre entes esquecidos.
Ignoradas setecentas
comidas por malcheirosos
roedores
entre sofridos corredores
no patamar de umas escadas
arrumadas
por não passarem ao largo
de quem tem cargo
de surreal nefasto príncipe
da morte.
Ignoradas setecentas
sem formadas culpas
de vontades atadas
e sortes disparatadas
vagueiam na aleatória ordem
de uma famigerada oratória
de um coveiro imundo
que, inchado, pensa
que é seu o mundo.
Ignoradas setecentas
que vão engrossar
o exército de quem virá
nos resgatar.

[Carlos Sousa Ramos - 24.01.2015, 22h10]

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