Sós nas grandes cidades desamigas,
Sem falar língua que se fala nem a que se pensa,
Mutilados da relação com os outros,
Que depois contarão na pátria os triunfos da sua estrada.
Coitados dos que conquistam Londres e Paris!
Voltam ao lar sem melhores maneiras nem melhores caras
Apenas sonharam de perto o que viram –
Permanentemente estrangeiros.
Mas não rio deles. Tenho eu feito outra coisa com o ideal?
E o propósito que uma vez formei num hotel, planeando a legenda?
É um dos pontos negros da biografia que não tive.
ÁLVARO DE CAMPOS (FERNANDO PESSOA) (1888 – 1935) – Poesia
Sem comentários:
Enviar um comentário