Todo o poema é póstumo.
Mesmo em nossa vida.
O tempo morre na palavra escrita
e a palavra morre no instante que prendeu
e registou.
Depois perguntamos: o que foi?
Como foi?
Por que foi?
Com quem foi?
Ou mesmo: quem o escreveu?
E nem memória há do que passou.
Morto e nado de um qualquer momento,
vivo apenas na ilusão de o re
ter
relendo.
LUÍSA FREIRE (1933)
/ O Tempo de Perfil – obra poética
1980-2005
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