Devagar, registando
como tão facilmente poderia
esquecê-lo, fugiu de
quê? Não sabe, ou não quer saber
responder? Favorecido
pelo estrondo nocturno
das trovoadas e por uma
língua que desconhece,
a sorrir manso, como se
quisesse entender.
Foi a sua prática
semanal e como se desembaraçou
da leitura! Outros se
exilaram por razões
sérias e para cidades
menos levianas, sem
preencher formulários e
com dietas estreitas.
Renegou de vícios
pequenos, supondo atingir a evidência
- uma configuração de
alma sem acidentes,
uma vontade como terra
de sequeiro e a memória
um filme mudo: poupando
o álcool dos nervos,
que a procissão do
tempo lhe fosse sendo escrita.
JOSÉ ALBERTO
OLIVEIRA (1952)
Mais Tarde
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