Volto, pois, a casa.
Mas a casa,
a existência, não são
apenas coisas que li?
E o que encontrarei
se não o que deixo:
palavras?
Eu, isto é, palavras
falando,
e falando me perdendo
entre estando e sendo.
Alguma vez, quando
havia começo
e não inércia,
quando era cedo
e não parecia,
as minhas palavras
puderam estar
onde sempre estiveram:
no apavorado lugar
onde sou o silêncio.
MANUEL ANTÓNIO
PINA (1943)
Nehuma Palavra e Nenhuma
Lembrança
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