Assim as vinhas se
despencam de meus dedos
E as abelhas pesadas de
pólen
Deslocam-se lentas
pelos rebentos do vinhal:
chirr
– chirr – chir-rikk – um som felino,
E os pássaros
sonolentos nos galhos.
ZAGREUS! IO ZAGREUS!
Com o claro-pálido
nascente do céu
E as cidades engastadas
nas colinas,
E a deusa dos belos
joelhos
Movendo-se lá, com o
bosque de carvalhos ao fundo,
A verde escarpa, com os
sabujos brancos
Saltando junto dela;
E dali abaixo à boca da enseada, até à
noite,
Água plana em minha frente
E
as árvores crescendo n’água
Troncos de mármore gerados na quietude,
No passado os palazzi,
na quietude,
A luz agora, não do sol,
Chrysophorme,
E a água verde-claro e azul-claro;
Acima, para os grandes penhascos de âmbar.
EZRA POUND
(1885 – 1972) - Os cantos
(tradução e
introdução de José Lino Grunewald)
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