Pouco me resta para
dizer,
nesta praia onde
vagueio, ao anoitecer,
e as lâmpadas se acendem
ao longe,
no porto em frente,
como se procurassem
desesperadamente
um crepúsculo de
incenso queimado e
alecrim.
Mas uma pancada surda,
Talvez um remo no casco
dos navios,
leva-me a outras águas
onde podia
ter sido feliz,
onde muito além, depois
das chuvas,
talvez cantasse o doce
pássaro azul.
JOSÉ AGOSTINHO
BAPTISTA (1948) – Anjos Caídos
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