terça-feira, 11 de dezembro de 2012

SENTADO NO PÓ

Sentado no pó do cru tronco
Como me sinto só e não me encontro
Mas ao ver o teu chegar
Como eu quero crer que te vais dar
E sob o sol escaldante que abrasa
Todo o meu olhar pedante se arrasa

E vindo tu toda nua
Desposada de qualquer querer
Distribuindo a brisa que é tua
E criando desejo para eu te ver
Fazes com que todo o meu ser
Que se encontra deveras distraído
Se arrepie e se desencadeie para te ter
Sem ficar arrependido

E vindo tu toda frágil
Sem qualquer força de presença
Não mostrando que podes ser ágil
E ludibriando a minha crença
Fazes com que o meu lânguido olhar
Que me quer dizer que sou o melhor
Em tudo
Seja a metamorfose do meu amar
Para que não possa ficar mudo

E vindo tu com vontade de me conhecer
E me ter
Sem pedir nada em permuta
Fazes com que eu
Sem qualquer disputa
Em homem me transforme

CARLOS SOUSA RAMOS

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