Muito lhe disse, pois tudo o
que os porcos cogitam
Ou cantam, quase sempre aos Anjos e a Ele se refere;
Muito pedi, por amor à Pátria,
para que o Espírito
De repente não se nos imponha sem ser invocado;
Muito também por vós, sobre quem,
na Pátria, pesam cuidados,
Aos quais a gratidão divina traz, sorrindo, os
refugiados,
Conterrâneos meus! por vós,
enquanto o lago me balouçava,
E o remador, calmamente sentado, louvava a travessia.
Sobre
a vasta superfície do lago havia um só alegre rumorejar de ondas
Sob as velas e agora é a vez de a cidade que amanhece
Desabrochar e clarear.
Deslizando a sombra dos Alpes
Aproxima-se o barco e descansa no porto.
Aqui a margem é tépida e
rasgados vales amáveis,
Iluminados na harmonia de atalhos, lampejam-me
do seu verde.
Os
jardins lado a lado e os botões brilhantes já despontam,
E o canto dos pássaros convida o
caminhante.
Tudo
se torna familiar, mesmo a saudação de passagem
Parede dita por amigos, todos os
rostos parecem conhecidos.
FRIEDRICH HOLDERLIN (1770 – 1843) – Elegias
(tradução e prefácio de Maria Teresa
Dias Furtado)
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