quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O LAMENTO DE C_______________


Quão bela era a luz do céu,
Que anjos dos céus desceram
Quando a juventude era algo mais do que vinho
E o homem e a natureza pareciam divinos
Aqui senti, porém, que a juventude devia perecer.

  Aqui senti, porém, que a juventude devia perecer
Quão insubstancial parecia a terra,
A terra de Aladino! em cada avanço,
Ou ali ou aqui, um novo romance;
Jamais sonhei poderem desvanecer-se.

  E nada então tinha senão o seu valor,
A própria dor. Sim, prazer ainda e dor
Numa rápida reacção da vida fizeram
Uma disputa de um amante, feliz disputa
Na juventude que não volta mais.

  Mas não voltará a juventude?
Também para o seu leite de morte ele partiu,
E só me deixou para à noite despertar
Com um coração pesado, outrora leve?
Oh, junto à sua cabeça depositai – uma pedra!

HERMAN MELVILLE (1819 – 1891) - Poemas
(selecção, tradução e introdução de Mário Avelar)

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