São
as que nunca viverei.
Astro,
‘standarte, azul, falena,
Manto
de rei,
Miséria
do lacónico auge,
Quando
a ânsia foi grande e sangue.
Palácio
fauce de leão langue.
A
cascata de leve estruge
E
entre áleas ou coberta a séries
De
prantos por interromper,
Diverge
a astros o dizeres
Que
é certo morrer.
Por
isso sonho alado, gala
Da
tarde atónita e macia,
O
rastro saqueou e opala
Sequência
fria.
31.5.1917
FERNANDO PESSOA (1888 – 1935) – Poesia 1902/1917
(edição de Manuela Parreira da Silva,
Ana Maria Freitas e Madalena Dine)
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