vou-te matar
Uma manhã qualquer em que estejas
(como de costume)
a medir o tesão das flores
ali no Jardim de S. Lázaro
um tiro de pistola e…
Não te vou dar tempo sequer de me
fixares o rosto
Podes invocar Safo, Cavafy ou S. João
da Cruz
todos os poetas celestiais
que ninguém te virá acudir
Comprometidos definitivamente os teus
planos de eternidade
Adeus pois mares de Setembro e dunas
de Fão
Um dia destes vou-te matar…
Uma certeira bala de pólen
mesmo sobre o coração
JORGE SOUSA
BRAGA (1957) – O Poeta NU
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