Agora, indiferente na
toca, sarça meio sobrearqueada,
Um olho para o mar,
através da fresta,
Luz cinza com Atena.
Zotar e seus elefantes,
o dourado tecido no lombo,
O sinistro, sacudido,
a sua legião de dançarinas.
E Aleta, pela curva da
encosta,
com
os olhos voltados para o mar,
e algas nas mãos,
Brilho salino com a
escuma.
Koré pela campina
luzente
com poeira verde-cinza no relvado;
<<Pelo momento,
irmão de Circe.>>
Braço debruçado em meu
ombro,
Viu o sol três dias, o
fulvo sol,
Como um leão erguido
sobre areia lisa;
e
naquele dia,
E por mais três e
nenhum depois,
Esplendor, como o
esplendor de Hermes,
E então saiu ao mar
para o lugar de pedra,
Branco pálido sobre
água,
água conhecida,
E a branca floresta de
mármore, vergada ramo a ramo,
A fome encurvada pela
pedra,
Para lá foi Borso,
quando lhe desfecharam a flecha farpada,
E Carmagnola, entre as
duas colunas,
Sigismundo, depois do
naufrágio na Dalmácia.
Crepúsculo como o voo do gafanhoto.
EZRA POUND
(1885 – 1972) – Os Cantos
(tradução e
introdução de José Lino Grunewald)
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