Nas terras onde os
sinos andam pelas ruas
há horas surdas sós e
sem cuidados
há mar condicionado ao
possível verão
e vendem-se manhãs e
mães por três ideias
Nas terras onde a
música é o fogo de artificio
a camioneta curva a
carga sob os plátanos
e à sombra dos
lacrimejantes carros
o gato dorme a
trepadeira sobe
o soba grita nunca
ninguém sabe
a erva cresce a as
crianças morrem
O mar aceita chão a mão
do sol
Que plural deplorável o
da magna agência mogno
E nas tílias há riscos
dos vestidos de retintas raparigas
e o dente resistente
número quarenta cheira a Pepsodent
RUY BELO (1933
– 1978)
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