terça-feira, 29 de maio de 2012

DE TARDE

Lá estavam as pedrinhas, a poeira,
a dificuldade em transpor
o pequeno murinho.

Nada acontecia
e o mar
estava azul.

Apenas o farol,
esquecido agora,
subia por degraus
no meio do mar.

E tu a rir-te,
ao falar.

À sombra
da palmeira,
estavam pessoas
como tu.

Como essa sombra
imensa
e tão nítida,
para ti.

Perfeita.
E tu,
sem querer.
JOSÉ FERREIRA LOPES (1955)
in O Famoso Caderno

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