terça-feira, 22 de maio de 2012

21.05.2012 (a sete meses do fim)

O dia está chegando ao fim
E dou por mim, enfim
Pensando descansar de uns tempos
Perturbados por nebulosos ventos.
E o que vejo?
Os seres se viram de costas
Num rodopio incessante
De turbulentas voltas.
Se calam no fomento
De um silêncio surdo
Ruidosamente mudo.
Olham sem querer
Desviando logo o desconforto
E assim
Ninguém arriba a bom porto.
Abrem caixas atrás de caixas
Pensando
Diamantes encontrar.
Se perdem no labirinto
Da ética perdida
Aceitando o faminto
que lá se fixa.
Se cobrem de miséria
Ocultando o que à vista está
Não sabendo
que deixam sempre uma pista.
E transformam o mundo
No inferno, esquecendo
Que no fundo
Ele por eles está à espera.

E eu, na minha cabeça
A mão tremendo
Rejubilando pela rixa
Que me pedem
Vou à luta.
Mas, e o meu coração?
O meu coração
Pleno de emoção
Enchendo de comoção
Sofre… e chora.
Carlos Sousa Ramos (1956) – inédito

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