O dia está chegando ao
fim
E dou por mim, enfim
Pensando descansar de
uns tempos
Perturbados por
nebulosos ventos.
E o que vejo?
Os seres se viram de
costas
Num rodopio incessante
De turbulentas voltas.
Se calam no fomento
De um silêncio surdo
Ruidosamente mudo.
Olham sem querer
Desviando logo o
desconforto
E assim
Ninguém arriba a bom
porto.
Abrem caixas atrás de
caixas
Pensando
Diamantes encontrar.
Se perdem no labirinto
Da ética perdida
Aceitando o faminto
que lá se fixa.
Se cobrem de miséria
Ocultando o que à vista
está
Não sabendo
que deixam sempre uma
pista.
E transformam o mundo
No inferno, esquecendo
Que no fundo
Ele por eles está à
espera.
E eu, na minha cabeça
A mão tremendo
Rejubilando pela rixa
Que me pedem
Vou à luta.
Mas, e o meu coração?
O meu coração
Pleno de emoção
Enchendo de comoção
Sofre… e chora.
Carlos Sousa
Ramos (1956) – inédito
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