O vento irmão errante
sopra agora bravio
Outubro alteia folhas
na poeira do ar
O ouro de Setembro que
soía abraçar
Nos ramos ácer verdes e
rosa do Estio
Perde-se agora em
castanhos e tardio
Faz da vereda uma
tapeçaria rara –
E o rei carvalho em
suas vestes singular
De brasão garboso e
colorido
Agora ao poente é um
cepo sem brio.
Se na floresta
esplendorosa se escondera
Um castelo fulgente
esperando uma rainha
Agora só os mastros
despidos de estandartes
Restam, e as muralhas
derrubadas e tristes.
Não me lamento, esta
dolência não é minha
Pois fazes para mim do
Outono Primavera.
EZRA POUND
(1885 – 1972) – Fim do Tormento / O Livro
de Hilda
(organização,
tradução e notas de Filipe Jarro)
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