domingo, 20 de maio de 2012

OS ESTANDARTES

O vento irmão errante sopra agora bravio
Outubro alteia folhas na poeira do ar
O ouro de Setembro que soía abraçar
Nos ramos ácer verdes e rosa do Estio
Perde-se agora em castanhos e tardio
Faz da vereda uma tapeçaria rara –
E o rei carvalho em suas vestes singular
De brasão garboso e colorido
Agora ao poente é um cepo sem brio.
Se na floresta esplendorosa se escondera
Um castelo fulgente esperando uma rainha
Agora só os mastros despidos de estandartes
Restam, e as muralhas derrubadas e tristes.
Não me lamento, esta dolência não é minha
Pois fazes para mim do Outono Primavera.

EZRA POUND (1885 – 1972) – Fim do Tormento / O Livro de Hilda
(organização, tradução e notas de Filipe Jarro)

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