Às vezes sou o deus que
trago em mim
E então eu sou o deus,
e o crente e a prece
E a imagem de marfim
Em que esse deus se esquece.
Às vezes não sou mais do
que um ateu
Desse deus meu que eu
sou quando me exalto.
Olho em mim todo um céu
E é um mero oco céu alto.
3 – 6 – 1913
FERNANDO
PESSOA, Poesia (1902 – 1917)
(edição de
Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas e Madalena Dine)
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