sábado, 21 de julho de 2012

CANÇÃO DO CIGANO ESPANCADO

Vinte e quatro bofetadas.
Vinte e cinco bofetadas.
Depois, minha mãe, à noite,
mete-me em papel de prata.

Guarda Civil caminheira,
dá-me uns golinhos de água.
Água com peixes e barcos.
Água, água, água, água.

Ai, maioral dos civis
que estás ao alto na sala!
Não terás lenços de seda
para eu limpar a cara?

FREDERICO GARCIA LORCA (1899 – 1936) – Anjo e Duende
(tradução, apresentação e notas de Aníbal Fernandes)

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