domingo, 15 de julho de 2012

VISLUMBRE

Já caminhamos os dois, muito para cima.
Ainda não chegámos, mas pouco falta,
diz o senhor das grandes portas.
Estou a ver-te,
na tua embarcação de cedro antigo.
Atravessas a estepe, mais tarde,
com os magoados passos que te conduzem a
mim.
Levanto a mão direita, à saída da clareira,
e depois surges,
com dois pequenos anéis que brilham no céu.
Pronuncias o meu nome,
as quatro palavras da nossa vida –
pão, vinho, cálice, faca,
antes de chegares À minha mesa.
Além,
o lago é muito azul quando entras na água.

JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA (1948) – Quatro Luas

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