sábado, 7 de julho de 2012

RECORDAÇÃO

               Era eu pequeno e que gestos que tempestades de oiro punha
nos vidros da janela para me fazer herói na própria sombra que temia.
               Uma agonia no meu corpo não me deixou ver a claridade com
que os meus me beijavam. Vivia muito perto do sol que os adolescentes
cobrem de beijos com a alegria com que alargam a fronte.
               E o meu corpo doente na manhã indiferente ressurgiu nessa
luz que realiza a morte e a vida.

FERNANDO ALVES DOS SANTOS (1928 – 1992) – Diário Flagrante
(edição de Perfecto E. Cuadrado)

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