sexta-feira, 20 de julho de 2012

NADA TÃO IMPORTANTE

Encerrou o século, com muitas janelas
partidas, paredes por rebocar,
tapumes derrubados; os mercados
regurgitam peças sobressalentes,
engrenagens estropiadas.
O cidadão, mosca torpe,
agarra-se ao bordo da mesa,
enquanto o inverno não chega.

Alguns morrem. Com razões de sobra.
Prosperam mecanismos,
outros sufocam, há reclamações
pelo atraso nas partidas.
O circo, caída a noite, parte –
esquecida, cabra magra
rilha a urtiga das pedras.

JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA 81952)
Nada Tão Importante que Não Possa Ser Dito

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