domingo, 1 de julho de 2012

POEMA

Para o Mário Cesariny
Moveu-se o automóvel – mas não devia mover-se
não devia!

Ontem à meia-noite três relógios distintos bateram:
primeiro um, depois outro e outro;
o eco do primeiro, o eco do segundo, eu sou o eco do terceiro

Eu sou a terceira meia-noite dos dias que começam

Pregões de varina sem peixe
- o peixe morreu ao sair da água
e assim já não é peixe

Assim como eu que vivo uma VIDA EXTREMA.

ANTÓNIO MARIA LISBOA (1928 – 1953) – Poesia

Sem comentários:

Enviar um comentário