DA CAMA sacudiste um
cobertor,
Estavas à espera, de
costas deitado;
Dormitavas, vigilante
na noite que revelava
Sórdidas imagens aos milhares
De que era feita a tua
alma;
Trémulas imagens contra
o tecto.
E quando todo o mundo
regressou
E entre as persianas se
arrastou a luz,
E escutaste nas
goteiras os pardais
Tiveste certa visão da
rua
Que a rua quase nem
entende;
Pela beira da cama, sentada,
onde
Enrolavas papelotes no
cabelo,
Ou apertavas a planta
dos pés, amarelada,
Na palma suja das mãos
ambas.
T. S. ELIOT
(1888 – 1965) – Prufrock e Outras
Observações
(tradução de
João Almeida Flor)
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