segunda-feira, 6 de agosto de 2012

POEMA DA EMOÇAO AUSENTE

Via subir o salgueiro junto à escadaria de mármore branco
            que nunca mais acabava!
E às janelas das paredes de neve, ladeadoras da paisagem,
            assomarem  os sorrisos de sombra.
Espreitavam a ferocidade dum tigre silencioso devorando a
            minha amada!
Nem um grito…
Nem sangue…
Somente no terraço oculto em transparências, rente às
            nuvens, autómatos brandiam as espadas atraindo p
            choro negro que sobe e tudo invade e a quem
            golpeavam os seios frios…
Acontecia isto na ausência flagrante e próxima de abismos de
            águas delirantes!
Na lembrança vaga e melancólica de gelos e estalactites.
Lá onde o sono adormece e ansiados corações desaparecem!

EDMUNDO DE BETTENCOURT (1899 – 1973)
Poemas de Edmundo de Bettencourt

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